quinta-feira, 2 de junho de 2011

União

 
   Hoje pela manhã despertei escutando uma música de um grupo argentino chamado "Soda Stereo", é a versão em espanhol da música "À sua maneira" do "Capital Inicial", eu gostei, então Chile deu uma pancada na minha nuca, me bateu saudades, foi a primeira música em espanhol que aprendi a tocar em solo chileno. Saudade até do frio. Aí repentinamente eu abro bem os olhos, minhas pupilas se dilatam e eu lembro das coisas que tenho que fazer hoje, quebrando um pouco meu êxtase de nostalgia. Chile já faz parte da minha história.

   Acho engraçado essa divisão que eu tenho. Gosto do Brasil por uns motivos, do Chile por outros. Os aspectos culturais são completamente diferentes(sim, sou versátil), as pessoas, o clima, tudo. Ilusão das pessoas as vezes, pensar que a diferença é falar espanhol e ponto. As pessoas tem a essência construída de uma forma completamente distinta, seus valores, seus medos, uma sociedade recém livre das ondas não naturais da ditadura. Curioso.

   Mais cômica são as opiniões que as pessoas tem sobre a minha ida. As pessoas fazem marketing do Brasil. Eu comento e as pessoas tentam me convencer que Brasil é melhor e começam a propaganda gratuita. Não entendem que foi puramente uma experiência nova extremamente aproveitável e que isso não me faz menos brasileiro. Estas pessoas tentam cavar aspectos negativos. Ainda não compreendo o porque exato disso, apenas cogito. A sensação é que eu estou me vendendo e as pessoas estão tentando dar o 'lance moral' de valor superior, para que eu solte o "tem razão" e eu nunca solto (risos). Se eu disser que meu coração vive apenas no Brasil, estaria mentindo de forma descarada, isso é uma grande mentira, afinal, sendo absolutamente franco, parte do meu coração vive no Chile.
 
   Quando eu obtiver maiores reflexões sobre isso, com alguma alegria escreverei aqui.
 
   Sejam meus conterrâneos, sejam maus parentes agregados do Chile, sejam meus amigos e familiares locais, saibam que tenho um imenso carinho por vocês. Porque não quebram a barreira? Uma vez? A barreira que divide a capacidade de conhecer novas pessoas das quais você agregará em sua existência e que dividirão sorrisos? O sangue e o solo em que pisamos tem de nos dar honra e coragem para realizar esse tipo de ação, não nos prender a laços dos quais serão quebrados pela criação de novos laços. Esse medo não é válido, ele não tem fundamento, ao menos, não para a minha pessoa.
 
   Por fim:


   "Un abrazo caliente de Brasil para todos mis amigos de Chile, los echo de menos."

   Paz.










Leonardo Mendes de Souza Gabriel

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